segunda-feira, 1 de março de 2010

"Fé" _ Aonde está a sua?


Essa semana eu ouvi de tudo relacionado à fé.
Desde crentes na porta da minha casa até mesmo do BBB 10 e pensei: "Onde está e o que é fé?"
Bem, eu penso que fé independe de religião. Afinal não sou muito religiosa e tenho muita fé. Eu nasci e fui batizada na igreja católica, mas meus pais não me levavam muita à igreja. Quando eles se separaram meus amiguinhos iam muito ao catecismo daí eu resolvi fazer e gostei. Fiz minha primeira comunhão, fui catequista e coroínha. Minha família é bem resolvida com a parte religião. Em casa aprendemos a respeitar todas as religiões e aprender com elas. Cada um escolhe a sua. Eu lia muito sobre kardecismo na minha pré-adolecencia. Sei lá porque, mas eu gostava de saber que temos para onde ir depois da morte, mas tinha medo quando o assunto era "fantasmas"... Logo o Kadercismo não foi minha praia. E eu lia muito sobre Jesus e as descobertas da ciência, e sabia muito sobre a bíblia. Isso era sempre um motivo para eu debater de frente com o professor de religião no ginásio. Mas logo minha mãe morreu e eu deixei a religião de lado... Lembro que nesse dia eu fui até a igreja no meio da missa e pedi a Deus para recebe-la bem e falei com Maria que me protegesse como minha única mãe. Continuei ainda na igreja, mas menos do que eu ia... Participei de gincanas, corais, pastorais... Mas no catolicismo me faltava algo. O tempo passou e na adolecencia eu me aprofundei mais um pouco. Li tudo sobre esoterismo: Cristais, Anjos (minha parte preferida), 4 elementos, magia branca,... Mas como todo adolecente é inconsequente até magia negra eu aprendi, mas nunca tive coragem de fazer. Li o São Cipriano Capa Preta cm aquelas bruxarias e tal, não fiz nehuma, mas por mais bizarro que pareça acabei pesquisando a história do Santo e gostando. Eu tive até amigas que faziam brincadeiras com copos, compassos e até rituais completos de bruxaria, mas eu sempre fiquei de lado. O medo me faz ter precaução, mas às vezes eu penso que esse medo não é como uma característica minha e mais um aviso divino para não fazer. Minha família é esotérica e estudam muito, por isso eu aprendi que não devemos nunca brincar com o desconhecido. Aprendi até sobre Maçonaria e morro de rir quando ouço o que as pessoas que a desconhecem pensam dela. haha! Quando eu fiz 18 anos muita coisa mudou. Comecei a ser mais reflexiva. Tirei um tempo pra mim. Aí eu descobri a renovação carismática. Ela tem todo misticismo que eu poderia querer como católica, ela me completava em algumas coisas, mas eu gostava muito dos antigos cultos católicos. O que eu mais gostava é desse carinho especial que eles tem por Maria, tendo uma visão maior do que só a progenitora de Jesus. Eu fazia comunhão diariamente, eu ia na missa da renovação pelo menos duas vezes por semana, eu comecei a ter amigos e a participar de encontros. PArecia que Deus havia me dado um caminho, talvez a vocação, ser noviça. Até que um dia eu fui convidada a fazer um encontro vocacional. Pensei, se é para eu ser da igreja e não só um participante parte dela essa é a hora. Passei alguns dias conversando com pessoas e fazendo cursos... E até gostei! Mas nos últimos dias aconteceu algo de que me fez pensar. Estávamos rezando em silêncio quando Dom Luciano entrou na sala e gritou que havia acabado a guerra em Kosovo. Todos gritavam de alegria e eu pensei..." Será que Deus quer mesmo que eu fique aqui na igreja, será que é isso que ele quer pra mim? Como eu queria estar agora vendo isso pela tv...Como eu queria contribuir mais para paz... Fazer parte disso..." Eu gostava daquilo alí, mas faltava algo maior, algo que me completasse. Na festa de despedida do encontro eu conheci um seminarista que estava em dúvida tanto quanto eu. Ele tinha medo de estar selando a vida toda naquele dia, disse que sabia que ele tinha certeza que tinha encontrado Jesus e que a igreja havia mostrado a ele isso. Daí eu disse a ele que a igreja é apenas uma verdade e há outras. E pra piorar eu falei como eu via Jesus: "Tá na bíblia! Jesus era um homem como você o que diferencia ele de você é que ele fez o que é certo. O que é o certo é você quem decide, você ganhou do PAI o livre arbitro, faça o que quiser, mas lembresse que Deus está sobre nós e tudo que se faz tem consequências, por isso é importante se fazer o certo. " No final da noite acabei ficando com o garoto e além de desvirtuar o garoto ele não quis mais ser padre. hehe! De manhã quando estava indo para o carro e ouvi do padre da minha igreja algo que guardei: "Pode se ajudar a igreja sem estar na igreja. Nem sempre estar na igreja te faz mais crente do que quem nunca esteve em uma. Sua fé mora aonde?" Então pensei, minha fé não está em um lugar mas em mim. Então tenho que achar ela em mim. Resolvi ali aprender tudo sobre tudo, alguma hora eu iria me achar. Li Bhagavad Gita e descobri que a história dele era muito parecida com a de Jesus, sem falar nos seu nomes... Aprendi a meditar e tudo sobre Angeologia. Li sobre o Hinduísmoe e fiz Yoga. Li sobre o confucionismo e aprendi que mesmo nas situações mais pobres uma pessoa que vive corretamente será feliz,coisas mal adquiridas nunca trarão felicidade. Aprendi sobre Zoroastra. Que o Candomblé
tem deuses como na Grécia antiga. Aprendi sobre o Judaísmo e vi filmes sobre eles com outros olhos. Fui budista e compreendi o mundo com mais humildade e sabedoria, aprendi a respeitar Gautama como Jesus, duas pessoas ricas em sabedoria. Li sobre cientologia, Kabbalah,... Sei diferenciar Umbanda de Candomblé, um faz sacrifício com animais e a religião se mistura com o catolicismos e espiritualismo e a outra não. E ainda leio até hoje e tento aprender mais memso sem religião definida.
Aí você me pergunta: "E onde está sua fé?"
Eu achei minha fé e foi há muito tempo atrás. Só não tinha parado pra pensar. Quando eu era criança e tinha medo do escuro eu me cobria toda e rezava e lá estava a fé de que a luz iria aparecer alguma hora. Quando eu ia tomar injeção e fechava meus olhos e começava a cantar lá estava a fé de que iria acabar rápido. Quando pegava meu boletim no final do ano e ficava aflita lá estava a fé em passar de ano. Quando meus pais se separaram eu eu com meus 7 anos de idade deitei na cama e comecei a chorar lá estava a fé de que tudo iria acabar bem. Quando minha mãe morreu e eu fui até onde eu achava que morava Deus lá estava a fé de que eu ficaria bem sozinha. Quando descobri que meu coração não era normal e chorei, lá estava a fé para me consolar de que não era o fim. Eu dei o nome a minha fé e confundo ela com a esperança. Minha fé se chama: DEUS.
As vezes é difícil acreditar que ela existe. Mas é essa dificuldade que faz com que ela exista.
O melhor da vitória é quando lembramos de quanto difícil foi chegar até ela.
Minha fé mora comigo, dentro do meu coração.